terça-feira, 6 de dezembro de 2011

ASSIBGE - ESCLARECIMENTOS AOS TRABALHADORES DO IBGE

Mal assumiu e a nova Executiva Nacional da ASSIBGE-SN (2011/2013) vem sendo bombardeada por factóides divulgados, de maneira irresponsável, por pessoas que em nada contribuem para a melhoria das condições de vida e salariais da categoria. Por trás das denúncias e propostas alardeadas existem setores de oposição que sequer se candidataram às eleições para o Sindicato e outros que pretendem impedir que a nova Executiva cumpra o mandato que a categoria lhe conferiu com 68% dos votos nas urnas.

Essas pessoas, que poderiam dedicar seu tempo a contribuir para a organização e a luta dos trabalhadores, preferem difundir calúnias e jogar confusão para a base.

Queremos tranqüilizar a categoria, garantindo que a direção da ASSIBGE-SN não arredará pé da sua responsabilidade de responder pelo Sindicato. E isso não se dará a partir de qualquer expediente burocrático e autoritário, mas estritamente dentro dos limites de nosso Estatuto, através dos fóruns democráticos da nossa base.

A Direção da ASSIBGE-SN não tem receio de enfrentar qualquer questionamento e, inclusive, se estiver equivocada, de corrigir erros. Mas dará tratamento diferenciado ao que for divergência política legítima daquilo que for calúnia e oportunismo.

Por este motivo a Executiva Nacional vem a público esclarecer os seguintes fatos:

1) SOBRE A PENHORA DE BENS DA ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL

O ocorrido data de antes da posse da primeira gestão Sindicato é Pra Lutar (que assumiu no final de 1999), por conta de uma dívida que a categoria acumulou com a Unimed Rio, operadora de Plano de Saúde da época. O assunto foi tratado publicamente, na Reunião da Direção Nacional da ASSIBGE-SN, realizada em Miguel Pereira (RJ), nos dias 22, 23 e 24 de outubro de 1999. À época a Unimed Rio cobrava 10% de reajuste das mensalidades, R$ 8,00 a título de devolução e o pagamento de inúmeros casos de inadimplência por parte de usuários do plano.

Em face dessas “supostas dívidas” a Unimed Rio distribuiu junto à 19ª Vara Cível da Comarca da Capital/RJ uma ação de execução (processo nº. 2000.001.086356-3), para recebimento desses valores.

É importante observar que a legislação de então não exigia uma empresa que intermediasse o Plano de Saúde entre usuários e operadora, e que o Sindicato era o responsável direto pelo Plano. Por decisão judicial A ASSIBGE-SN foi obrigada, a depositar em juízo 20% da arrecadação da Executiva Nacional como uma espécie de caução, pois teve que arcar com a responsabilidade de cobrir as dívidas dos seus associados com a Unimed Rio e ainda conseguir uma nova operadora (Unimed São Gonçalo/Niterói) para que as pessoas não ficassem sem Plano de Saúde.

Todavia, a Executiva Nacional, discordando dos valores exorbitantes que eram cobrados, embargou a pretensão da Unimed Rio, através da ação de EMBARGOS À EXECUÇÃO - Nº. 2002.001.083768-4.

Esses embargos possuem uma peculiaridade, qual seja:

o embargante – no caso, a ASSIBGE-SN - tem que garantir ao Juízo da execução, valendo-se de bens móveis, imóveis e dinheiro em espécie. Ou seja, o embargante deve demonstrar ao Poder Judiciário, que sua irresignação não é mera manobra para burlar a execução, mas a discordância da existência da dívida. Assim, o embargante deve entregar o valor da dívida ao Juízo, que nomeará um depositário para guardar bens e valores até o final da ação. Portanto, além da retenção de 20% da arrecadação, a Executiva Nacional foi obrigada a dar como garantia a esse embargo as salas que a ASSIBGE-SN possuía na Avenida Graça Aranha, nº. 206, no Centro do Rio.

Como o processo se arrastava na Justiça e não havia solução, a Executiva Nacional, justamente para preservar o Sindicato e a categoria, realizou acordo com a Unimed Rio. Assim, foi possível evitar um prejuízo muito maior. O Acordo foi celebrado pelas partes e está em via de homologação pelo Poder Jurisdicional. Tão logo seja homologado o acordo, a penhora que recai sobre o imóvel será revogada, o bem retorna e todas as suas características originais e os valores depositados serão partilhados igualmente entre as partes.

É importante ressaltar que um dos signatários pela transição do plano de saúde da época para a operadora Unimed São Gonçalo/Niterói, é o mesmo senhor que agora enviou carta ao Ministério Público do Rio de Janeiro, solicitando intervenção no Sindicato. Portanto, trata-se de pessoa com pleno conhecimento do que se passou. Para dirimir quaisquer dúvidas a este respeito, em breve colocaremos toda a documentação referente ao caso no Portal da ASSIBGE-SN (www.assibge.org). 

2) SINDICATOS ESTADUAIS E FEDERAÇÃO

A Coordenação do Núcleo Ceará convocou um Encontro, em nome da Região Nordeste, que contou com a presença de cerca de 30 pessoas, a metade de outras regiões do país e alguns delegados de 4 dos 10 núcleos da ASSIBGE-SN na Região Nordeste. Cabe lembrar que a Coordenação do Núcleo Ceará não só não participou da eleição nacional da ASSIBGE-SN, como propôs o boicote ao pleito, ao contrário de outros setores de oposição que lançaram suas chapas.

Derrotado, este pequeno grupo decidiu realizar o tal encontro. Dentre as resoluções está a formação de sindicatos estaduais, interligados por uma federação. Trata-se de uma política irresponsável e que só pode levar à divisão da categoria e ao enfraquecimento de sua representação sindical. Lembramos que sempre foi assegurado a qualquer pessoa ou setor apresentar e defender suas propostas livremente em todos os fóruns do Sindicato.

Alertamos a categoria sobre o perigo dessa iniciativa divisionista e pedimos que denuncie e não participe de qualquer reunião ou assembléia que tenha por objetivo legitimar essa proposta.

3) AÇÃO DOS 28,86% É DA ASSIBGE-SN

Esta ação, que visa corrigir distorções no caso do pagamento de um reajuste concedido em 1993 exclusivamente aos servidores militares, é de iniciativa da ASSIBGE-SN. A Ação enfrentou uma série de recursos e problemas de encaminhamento durante anos, mas agora entrou em fase final de execução. Nestas ocasiões sempre aparecem outros “donos” e “sócios” da obra para reivindicar sua autoria.

Informamos que toda e qualquer orientação jurídica oficial sobre esta Ação é de responsabilidade do Escritório Gomes de Mattos e está sendo seguida pela ASSIBGE-SN. A Executiva Nacional esclarece que não existe Ação Judicial de dupla paternidade e não se responsabiliza por iniciativas que não estejam em consonância com as orientações dos advogados do Sindicato.

EXECUTIVA NACIONAL DA ASSIBGE-SN
Dezembro / 2011.

BASTA ! 

Isto realmente é uma covardia e uma enorme traição para com a Categoria Ibgeana.

SWUEET MEMORIES - RAY CHARLES

ESTA É UMA DAS MÚSICAS MAIS LINDAS QUE JÁ PUDE OUVIR...

APRECIE ...

 




CARLOS MARIGHELLA - RELEMBRANDO SUA TRAJETÓRIA 2

Objetivando o enriquecimento intelectual do assunto, e sobretudo, a busca incansável do NÃO ESQUECIMENTO, disponibilizamos estes documentários como proposta da não regressão à essa época covarde e humilhante.

















CARLOS MARIGHELLA - RELEMBRANDO SUA TRAJETÓRIA

A história da evolução humana está inserida num contexto de injustiças e exploracão do homem sobre o seu semelhante. Mas narra também a resistência de homens e mulheres que deram suas vidas em prol do fim de suas amarguras, amparados por seus ideias.

Este é um exemplo disto ...



Carlos Marighella nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de dezembro de 1911. Era filho de imigrante italiano com uma negra descendente dos haussás, conhecidos pela combatividade nas sublevações contra a escravidão.

De origem humilde, ainda adolescente despertou para as lutas sociais. Aos 18 anos iniciou curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia e tornou-se militante do Partido Comunista, dedicando sua vida à causa dos trabalhadores, da independência nacional e do socialismo.

Quatro de novembro de 1969, São Paulo. Em uma operação que envolveu um total de 29 homens, a equipe do DOPS chefiada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury mataria Carlos Marighella, o líder comunista mais procurado do Brasil, em uma emboscada na Alameda Casa Branca. As ordens eram claras: Marighella não deveria ser preso. Na disputa pelo mérito de ter eliminado o fundador e comandante da Ação Libertadora Nacional (ALN), uma investigadora foi morta e um delegado foi ferido.

O ex-deputado comunista e guerrilheiro Carlos Marighella foi morto pela polícia com uma rajada de metralhadora, em São Paulo, quando tentava entrar num Volkswagem azul, na esquina das Alamedas Lorena e Casa Branca, onde se encontraria com dois padres presos que serviam de isca aos policiais. De acordo com a versão das autoridades, Carlos Marighella, que chegara ao local numa camioneta Willys, não atendeu à voz de prisão que lhe deu o delegado Fleury, do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), e foi atingido por uma rajada no peito e na cabeça, enquanto seus dois companheiros reagiram aos tiros, matando a investigadora Estela de Barros Borges, que participava da operação.

A polícia havia descoberto a maneira de encontrar Carlos Marighela quando, dias antes, havia prendido 11 padres, num convento do bairro do Paraíso, que seriam associados ao guerrilheiro. Dois deles colaboraram então com a polícia na prisão de Marighela, marcando um encontro com o guerrilheiro sob a justificativa de tratar de alguma ação subversiva, e agachando-se na parte de trás do Volkswagem quando o terrorista foi atingido pela rajada de metralhadora. O local do encontro era vigiado pelo DOPS e pela Polícia Federal, com seus agentes disfarçados de casais espalhados pela região.

Ao atravessar a rua, Marighella ouviu o delegado Fleury gritar: “Pare ou atiro”. O ex-deputado teria então corrido para o Volkswagen, e já tinha conseguido entrar quando foi atingido por vários tiros no tórax e um na cabeça, caindo deitado no assento traseiro do carro. Os dois companheiros do ex-deputado reagiram aos tiros, baleando uma investigadora e o delegado Rubens Tucunduva, do DOPS, que foi atingido de raspão. Ao entrar no carro, Marighella levava uma maleta preta com várias armas, mas não teve tempo de usá-las. O vidro da frente do carro foi perfurado por cinco tiros e a caminhoneta onde estavam os outros dois terroristas também ficou estilhaçada.


Conheceu a prisão pela primeira vez em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor Juracy Magalhães.

Libertado, prosseguiria na militância política, interrompendo os estudos universitários no 3o ano, em 1932, quando deslocou-se para o Rio de Janeiro.

Em 1o de maio de 1936 Marighella foi novamente preso e enfrentou, durante 23 dias, as terríveis torturas da polícia de Filinto Müller. Permaneceu encarcerado por um ano e, quando solto pela “macedada” – nome da medida que libertou os presos políticos sem condenação -- deixou o exemplo de uma tenacidade impressionante.

Transferindo-se para São Paulo, Marighella passou a agir em torno de dois eixos: a reorganização dos revolucionários comunistas, duramente atingidos pela repressão, e o combate ao terror imposto pela ditadura de Getúlio Vargas.

Voltaria aos cárceres em 1939, sendo mais uma vez torturado de forma brutal na Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo, mas se negando a fornecer qualquer informação à polícia. Na CPI que investigaria os crimes do Estado Novo o médico Dr. Nilo Rodrigues deporia que, com referência a Marighella, nunca vira tamanha resistência a maus tratos nem tanta bravura.

Recolhido aos presídios de Fernando de Noronha e Ilha Grande pelo seis anos seguintes, ele dirigiria sua energia revolucionária ao trabalho de educação cultural e política dos companheiros de cadeia.

Anistiado em abril de 1945, participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do Partido Comunista na legalidade. Deposto o ditador Vargas e convocadas eleições gerais, foi eleito deputado federal constituinte pelo estado da Bahia. Seria apontado como um dos mais aguerridos parlamentares de todas as bancadas, proferindo, em menos de dois anos, cerca de duzentos discursos em que tomou, invariavelmente, a defesa das aspirações operárias, denunciando as péssimas condições de vida do povo brasileiro e a crescente penetração imperialista no país.

Com o mandato cassado pela repressão que o governo Dutra desencadeou contra o comunistas, Marighella foi obrigado a retornar à clandestinidade em 1948, condição em que permaneceria por mais de duas décadas, até seu assassinato.

Nos anos 50, exercendo novamente a militância em São Paulo, tomaria parte ativa nas lutas populares do período, em defesa do monopólio estatal do petróleo e contra o envio de soldados brasileiros à Coréia e a desnacionalização da economia. Cada vez mais, Carlos Marighella voltaria suas reflexões em direção do problema agrário, redigindo, em 1958, o ensaio “Alguns aspectos da renda da terra no Brasil”, o primeiro de uma série de análises teórico-políticas que elaborou até 1969. Nesta fase visitaria a China Popular e a União Soviética, e anos depois, conheceria Cuba. Em suas viagens pôde examinar de perto as experiências revolucionárias vitoriosas daqueles países.

Após o golpe militar de 1964, Marighella foi localizado por agentes do DOPS carioca em 9 de maio num cinema do bairro da Tijuca.

Enfrentou os policiais que o cercavam com socos e gritos de “Abaixo a ditadura militar fascista” e “Viva a democracia”, recebendo um tiro a queima-roupa no peito. Descrevendo o episódio no livro “Por que resisti à prisão”, ele afirmaria: “Minha força vinha mesmo era da convicção política, da certeza (...) de que a liberdade não se defende senão resistindo”.

Repetindo a postura de altivez das prisões anteriores, Marighella fez de sua defesa um ataque aos crimes e ao obscurantismo que imperava desde 1o de abril. Conseguiu, com isso, catalisar um movimento de solidariedade que forçou os militares a aceitar um habeas-corpus e sua libertação imediata. Desse momento em diante, intensificou o combate à ditadura utilizando todos os meios de luta na tentativa de impedir a consolidação de um regime ilegal e ilegítimo. Mas, mantendo o país sob terror policial, o governo sufocou os sindicatos e suspendeu as garantias constitucionais dos cidadãos, enquanto estrangulava o parlamento. Na ocasião,

Carlos Marighella aprofundou as divergências com o Partido Comunista, criticando seu imobilismo.



Em dezembro de 1966, em carta à Comissão Executiva do PCB, requereu seu desligamento da mesma, explicitando a disposição de lutar revolucionariamente junto às massas, em vez de ficar à espera das regras do jogo político e burocrático convencional que, segundo entendia, imperava na liderança. E quando já não havia outra solução, conforme suas próprias palavras, fundou a ALN – Ação Libertadora Nacional para, de armas em punho, enfrentar a ditadura.

O endurecimento do regime militar, a partir do final de 1968, culminou numa repressão sem precedentes. Marighella passou a ser apontado como Inimigo Público Número Um, transformando-se em alvo de uma caçada que envolveu, a nível nacional, toda a estrutura da polícia política.

Na noite de 4 de novembro de 1969 – há exatos 40 anos -- surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, Carlos Marighella tombou varado pelas balas dos agentes do DOPS sob a chefia do delegado Sérgio Paranhos Fleury.

Em novembro de 1969, quando Carlos Marighella foi assassinado, seu corpo foi sepultado às pressas pelos militares, que temiam pudessem ocorrer manifestações populares de apoio ao líder assassinado. Na ocasião, como recorda seu filho Carlos Augusto, a família chegou a receber ameaças à sua segurança, caso tentasse remover o corpo de São Paulo.

Somente em 1979, quando a Anistia acabava de ser efetivada, Clara Charf, companheira de Marighella, e o filho Carlos Augusto, puderam realizar o traslado dos restos mortais para Salvador. A data escolhida pela família foi 10 de dezembro, que já era instituído internacionalmente como o Dia dos Direitos Humanos. A data aproxima-se também do aniversário de nascimento de Marighella, 5 de dezembro.

BASTA!
 
Quando vejo no Brasil caminharem de mãos dadas a corrupção e a hipocrisia, tão combatidos pelos seus maiores admiradores: nossos políticos.

Quando vejo pela mesma razão, ministros e seus assessores serem demitidos - por serem CORRUPTOS E HIPÓCRITAS...

Quando vejo na televisão, ministros do supremo tribunal federal se alfinetando, onde um diz para o outro que moral aquele teria para repreendê-lo ....(eita !!! que nojo !!!)

Quando vejo o julgamento pelo mesmo supremo tribunal federal, ao decidir pela obrigatoriedade do exame de ordem da oab - este, visivelmente inconstitucional ....

Quando vejo o desvio de verbas destinadas a alimentação dos nossos pequeninos brasileiros, por essa gentalha política sob auxilio dos tons rebuscados ministeriais...

Quando vejo um montão de babacóide brigando por um espaço ao lado de um jogador de futebol (foto), ou pior, se matando por um resultado de uma partida não desejado ....

QUANDO LEIO sobre a vida e morte de pessoas pelo mundo que LUTARAM e deram suas vidas por um mundo melhor ...
VEJO QUE ESTE PAÍS
É UMA DESGRAÇA !!!! 

CARLOS MARIGHELLA - DOCUMENTÁRIO HOMENAGEIA SEU CENTENÁRIO DE NASCIMENTO

Estréia em Salvador nos dias 5 e 6 de dezembro, o documentário sobre a vida do deputado comunista e fundador da ALN- Ação Libertadora Nacional, uma das organizações de luta armada contra a ditadura, Carlos Marighella, baiano de Salvador, assassinado pela repressão, em 4 de novembro de 1969, em São Paulo.

“Carlos Marighella, quem samba fica, quem não samba vai embora”, foi gravado em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador e finalizado no Núcleo de Produção Digital (NPD) de Aracaju, Sergipe e é uma homenagem ao centenário de nascimento de Carlos Marighella (5/12/1911 – 5/12/2011), um dos principais militantes políticos da história recente brasileira.

O documentário foi realizado pelo cineasta independente Carlos Pronzato, escritor, documentarista argentino, radicado no Brasil desde 1989. Pronzato é autor de diversos filmes sobre a atual conjuntura política latino americana e outros históricos abordando personagens como Ernesto Che Guevara, Salvador Allende, as Madres de Plaza de Mayo, etc.

O documentário reúne depoimentos de militantes políticos que atuaram junto ao líder revolucionário, personalidades ligadas ao tema e pesquisadores. “A produção resgata sua memória com o testemunho daqueles que acompanharam a trajetória do Velho Mariga”, explica o cineasta.

“Entrevistei militantes e estudiosos procurando os pontos fundamentais e polêmicos do tema para chegar a esse resultado que vocês vão ver nas telas de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro”, diz Pronzato.

Entre os entrevistados, Carlinhos Marighella, Carlos Eugenio Clemente, - o último dirigente da ALN -, Aton Fon, Manoel Cyrillo, Emiliano José, Silvio Tendler, Alípio Freire, José Luis Del Roio, Raphael Martinelli, Ricardo Gebrim, Cecilia Coimbra, Muniz Ferreira, Jorge Novoa. O documentário tem 1h30.

Trajetória de Marighella

Nascido em 5 de dezembro em Salvador-BA, filho de uma negra de origem haussá e de um imigrante italiano anarquista, Marighella entrou para a vida política aos dezoito anos de idade. Aos 21 anos foi preso pela primeira vez – primeira de muitas que enfrentaria em toda sua vida – por escrever um poema com críticas ao interventor Juracy Magalhães. Na clandestinidade, após o golpe civil-militar de 1964, Marighella é identificado por policiais do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) num cinema no Rio de Janeiro, é ferido e preso mais uma vez.

Em 1967, sai do PCB, e em 1968, acreditando que a luta armada é a única alternativa que resta no combate à ditadura, Marighella, funda em fevereiro, a Ação Libertadora Nacional (ALN). Em setembro de 1969, a ALN participa do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em conjunto com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). A ação visava a libertação de militantes políticos presos pelo regime militar.

Em 4 de novembro de 1969, Marighella é alvo de uma emboscada comandada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. Às 20 horas, na Alameda Casa Branca, tombava um dos maiores personagens da luta política no Brasil.

Apoio Cultural

O documentário será exibido na Sala de Cinema da UFBA, no dia 5 de dezembro, às 10h, e na Câmara Municipal de Salvador, no dia 6, às 19h. “A ASSUFBA Sindicato está dando o apoio cultural a esse documentário por entender que uma trajetória política atuante, como a de Marighella, esse líder revolucionário, precisa de todo o incentivo para a divulgação. É um trabalho independente que merece nossos aplausos”, salienta o coordenador geral da ASSUFBA, Renato Jorge Pinto.

28/11/2011 - ASCOM ASSUFBA Sindicato

De: Pátria Latina

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

PALESTINA JÁ !!! PELA CRIAÇÃO DE SEU ESTADO LIVRE E SOBERANO

PALESTINA JÁ !!! PELA CRIAÇÃO DE SEU ESTADO LIVRE E SOBERANO

 
CHEGA DE SOFRIMENTO E DOR !!!

Palestina (em árabe: فلسطين, translit. Filasṭīn; em hebraico: פלשתינה; em grego: Παλαιστίνη, transl. Palaistinē, e em latim: Palæstina), é a denominação histórica dada pelo Império Britânico a uma região do Oriente Médio situada entre a costa oriental do Mediterrâneo e as margens do Rio Jordão. O seu estatuto político é disputado acesamente.

A área correspondente à Palestina até 1948 encontra-se hoje dividida em três partes: uma parte integra o Estado de Israel; duas outras (a Faixa de Gaza e a Cisjordânia), de maioria árabo-palestiniana, deveriam integrar um estado palestiniano-árabe a ser criado - de acordo com a lei internacional, bem como as determinações das Nações Unidas e da anterior potência colonial da zona, o Reino Unido. Todavia, em 1967, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foram ocupadas militarmente por Israel, após a Guerra dos Seis Dias.

Há alguns anos, porções dispersas dessas duas áreas passaram a ser administradas pela Autoridade Palestiniana, mas, devido aos inúmeros ataques terroristas que sofre, Israel mantém o controle das fronteiras e está atualmente a construir um muro de separação que, na prática, anexa porções significativas da Cisjordânia ocidental ao seu território.

A população palestiniana dispersa pelos países árabes ou em campos de refugiados, situados nos territórios ocupados por Israel, é estimada em 4.000.000 de pessoas.

ESTADO DA PALESTINA JÁ !!!

domingo, 6 de novembro de 2011

CINEGRAFISTA DA TV BANDEIRANTES MORTO EM TRABALHO

Morre na madrugada deste domingo, GELSON DOMINGOS, Cinegrafista da TV Bandeirantes, que em cobertura jornalística numa operação policial contra o tráfico de drogas numa favela da Zona Oeste, no Rio de Janeiro, conhecida como Antares.


Local há muito tempo conhecido pelas autoridades deste nosso estado, como terra de traficantes e de bandidos de alta periculosidade. Todavia, sem conhecermos a razão, vivem esses bandidos na tranquilidade oferecida e garantida pela covardia e cumplicidade, também dessas mesmas autoridades. Qual seria a razão ?


É lamentável o desaparecimento de um profissional de forma tão estúpida, mas, não devemos esquecer de todos os outros desaparecimentos desnecessários que envolveram Policiais Militares, além de Crianças, Trabalhadores, Mulheres..., enfim, uma gama de INOCENTES.





Devemos pensar também, na CORRUPÇÃO que é operada pelas nossas OTORIDADES, pelos nossos POLÍTICOS, pelos nossos JUÍZES e MINISTROS, que propiciam e regem essa orquestra de mortes, sangue, CORRUPÇÃO e dinheiro fácil.
Não podemos nos esquecer também, da nossa inteira CULPA de possibilitar que esses vermes se encontrem instalados nos mais altos escalões da política e da justiça nacional, pois nós votamos nessa gentalha e deixamos que ele nos matem todos os dias.

Eu tenho NOJO disso tudo: da venda de almas incocentes; do policial bandido; do parlamentar traficante e assassino; dos juizes e ministros vendidos; do advogado canalha; do estelionato eleitoral e da nossa sociedade hipócrita e sem pátria.

Infelizmente, mais uma família chora a morte de um trabalhador. Amanhã, toda a sociedade esquecerá e outras famílias virão a chorar novamente, pois este ciclo numa terra sem MORAL E ÉTICA, nunca terá fim. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

EXAME DE ORDEM DA OAB - PARA O STF ELE É CONSTITUCIONAL, E PARA VOCÊ BRASILEIRO ?

Ministro e relator Marco Aurélio Mello votou pela obrigatoriedade do exame.

O STF (Supremo Tribuna Federal) decidiu nesta quarta-feira (26) que os bacharéis em direito precisam ser aprovados no Exame de Ordem da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para exercer a profissão de advogado.

Por unanimidade, os ministros do Supremo consideraram o exame constitucional e rejeitaram o recurso de João Antônio Volante, bacharel em direito que pedia a extinção da prova.

Como o caso serviu de exemplo para outros processos, a decisão vale para todos os casos desse tipo no STF. Além disso, a decisão do Supremo deve nortear os julgamentos em outros tribunais da Justiça brasileira.

O ministro e relator do processo, Marco Aurélio Mello, foi o primeiro dos juízes a fazer considerações sobre o caso. Ele votou pela obrigatoriedade do exame.

Além de defender que o exame é necessário para inscrição no órgão, Mello também sugeriu o mesmo para outras profissões que, se mal exercidas, podem trazer prejuízos à população.

- Quando há risco à coletividade, cabe limitar o acesso à profissão e o respectivo exercício. O relator também disse que se o exame da OAB fosse considerado inconstitucional, o mesmo valeria para as provas feitas pelos bacharéis durante a graduação.

- Qualifica-se é sujeitar-se ao teste da ciência adquirida. Se o Exame de Ordem não qualifica [para o exercício da profissão], os mesmos não serviriam às provas da faculdade?

Também elas seriam inconstitucionais?

O segundo ministro a votar foi Luiz Fux. Ele seguiu o voto do relator e defendeu a aplicação da prova.

- A formação insuficiente [dos bacharéis em direito] poderá causar prejuízo irreparável ao cliente, pode custar a prisão ou a perda de seus bens. Por essas razões, existe justificação plausível para verificação da capacidade técnica do indivíduo que tenciona ingressar.

Depois de Luiz Fux, votaram também contra o recurso que acabaria com o exame da OAB os ministros José Antônio Dias Toffoli, Cármem Lucia, Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto, que aproveitou para elogiar os argumentos do relator.

- Concordo com o voto antológico e mais que magnífico do ministro Marco Aurélio Mello. Consistente e verdadeiramente encantador.

Os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello também elogiaram Mello e seguiram os mesmos pensamentos. O julgamento Antes que os ministros argumentassem sobre o processo, as partes puderam fazer uma sustentação oral.

O advogado Ulisses Vicente Tomazini foi o primeiro a falar. Ele fez a defesa de João Antônio Volante, responsável pelo recurso que contestava a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, já que este julgou legítima a aplicação da prova pela OAB.

Tomazini argumentou que o exame vai contra a Constituição por impedir o livre exercício da profissão. Além disso, o advogado criticou a Ordem por não se preocupar com a melhoria do ensino de direito no Brasil, mas sim com "um exame arrecadatório", que segundo ele "abocanha R$ 72 milhões ao ano" e aprova apenas 30% dos advogados. Antes de encerrar, a defesa de João Antônio Volante defendeu que a prova da OAB "é muito difícil e tem questões não muitos claras, verdadeiras armadilhas", além de "submeter o bacharel a cursinhos especiais e novas despesas" depois do fim da graduação.

Na sequência, quem falou foi a advogada Grace Maria Fernandes, da AGU (Advocacia Geral da União), já que o recurso de Volante questiona decisão do TRF da 4ª região. Grace disse que o exame da OAB é necessário, pois a profissão de advogado trabalha com "os valores mais elevados, daí uma qualificação técnica adequada".

O presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante, também falou no Supremo. Ele disse que o Exame de Ordem funciona "como um controle preventivo, possibilidade que a lei não exclui".

- O objetivo único e básico [do exame da OAB] é defender o cidadão de um mau profissional. Hoje somos 750 mil, mas seríamos 1 milhão e meio [sem o Exame de Ordem].

Qual justiça que nós queremos?

Qual justiça que o cidadão brasileiro merece?

Por último, antes que os ministros começassem a votação, o procurador Geral da República, Roberto Gurgel, também opinou e surpreendeu ao discordar de seu colega e subprocurador da República, Rodrigo Janot, que no último mês de julho declarou o exame da OAB inconstitucional.

- Nos dias que correm seria lamentável e injustificável este retrocesso [de considerar o Exame da OAB inconstitucional].
GRUPO BASTA ! - Que vexame... !!!
Muitos passarinhos da raça dolaresco cantam nessas horas, é só conhecer o preço.
Que país é este !?

EXAME DE ORDEM DA OAB - HOJE O STF JULGARÁ A SUA INCONSTITUCIONALIDADE

Exame de Ordem da OAB - Hoje o STF julgará a sua inconstitucionalidade


Hoje será o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, da inconstitucionalidade do Exame de Ordem da OAB, que no fundo é altamente agressivo ao povo brasileiro e formador de "castas" no país.
 
Hoje será o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, da inconstitucionalidade do Exame de Ordem da OAB, que no fundo é altamente agressivo ao povo brasileiro e formador de "castas" no país.

Esperamos que os Ilustres Ministros daquela Casa Maior da justiça brasileira, venha honrar o Povo Brasileiro, com o término desta que é a pior vergonha e covardia para o Estudante, o Trabalhador e para a Família Brasileira, vez que possui o condão de determinar e separar por categoria, elementos populares menos privilegiados do povo nacional - o POBRE, estendendo, por conveniência, as facilidades "ad eternum" aos seus abastados, as cadeiras cativas e não disputadas pelo mercado de trabalho, ao mesmo tempo, virando as costas ao estudante, trabalhador e membro de família que, com dificuldades cursou sua faculdade na esperança de dias melhores e HONESTOS.

Povo Brasileiro ... Diga NÃO AO EXAME DE ORDEM DA OAB e, ajude a acabar com os espertalhões que lhe dão migalhas como COTAS RACIAIS e pelas costas lhe dão um NÃO aos seus sonhos.

Hoje são os bacharéis em direito e fomandos na área de contabilidade, amanhã essa ideia transbordará, generalizando e instituindo que filho do pobre só poderá chegar ao estágio de auxiliar ... E SÓ !!!
 
Postado também no: CMI e Grito do Cidadão


Email:: grupobasta@globo.com

terça-feira, 25 de outubro de 2011

EXAME DE ORDEM DA OAB - SERÁ AMANHÃ (26/10) O JULGAMENTO PELO STF DO FIM DA ESCRAVIDÃO DOS BACHARÉIS PELA OAB

Recurso Extraordinário (RE) 603583


Repercussão geral Relator: Ministro Marco Aurélio


João Antônio Volante X União e Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil


Recurso Extraordinário contra decisão do TRF da 4ª Região que rejeitou a alegação de inconstitucionalidade do artigo 8º, parágrafo 1º, da Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da OAB) e dos Provimentos nºs 81/1996 e 109/2005 do Conselho Federal da OAB, que dispõem sobre a exigência de prévia aprovação no exame de ordem como requisito para a inscrição do bacharel em direito nos quadros da OAB, por ofensa aos artigos 1º, incisos II, III e IV, e 3º, incisos IV e V, da Constituição Federal.


Sustenta caber às instituições de ensino superior certificar a aptidão do bacharel para o exercício profissional, e que a sujeição dos bacharéis ao exame viola o direito à vida e aos princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade, do livre exercício das profissões, da presunção de inocência, do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa e representa censura prévia ao exercício profissional.


A União sustenta que a norma constitucional invocada como violada possui eficácia contida, limitada por lei ordinária constitucional. O Conselho Federal da OAB sustenta a inocorrência de contrariedade à Constituição.


Em discussão: Saber se é constitucional a exigência prévia de aprovação no Exame de Ordem para o exercício da advocacia.


PGR: Pelo provimento parcial do recurso.



BASTA !:


PELO IMEDIATO FIM DO EXAME DE ORDEM DA OAB !!!


PELA URGENTE REVISÃO POR PLEBISCITO NACIONAL, QUANTO A VERDADEIRA NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DESSA OBSCURA ORDEM !!!!


PELA TOTAL PRESTAÇÃO DE CONTAS DE TODOS OS VALORES ARRECADADOS POR ESSA OAB, PELO MENOS DESDE O INÍCIO DOS EXAMES DE ORDEM !!!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

SENADO APROVA REABERTURA DE PRAZO PARA SERVIDORES DEMITIDOS NO GOVERNO COLLOR

Foi aprovado na noite desta quarta-feira, 19, o projeto (PLS 372/2008) que reabre prazo para que servidores públicos federais demitidos da administração pública durante governo Collor apresentem requerimento de retorno ao trabalho. O projeto só depende agora de sanção presidencial para se tornar Lei. Esta é mais uma importante vitória impulsionada por muita mobilização, pressão e determinação de servidores demitidos que não tiveram oportunidade de ter seus pedidos de anistia analisados. Esta luta foi acompanhada de perto e apoiada pela Condsef que seguirá dando suporte necessário até que os servidores assegurem seu retorno definitivo à administração pública. A entidade possui representante na Comissão Especial Intersindical (CEI) que analisa os processos de anistia dos servidores. A reabertura deste prazo deve beneficiar cerca de 20 mil trabalhadores demitidos durante governo Collor.

Uma vez sancionado o novo prazo para que os servidores peçam readmissão será de 180 dias. O prazo começa a contar 60 dias depois que a nova lei for sancionada e publicada no Diário Oficial da União. A Condsef vai continuar acompanhando o processo e recomenda suas entidades filiadas a manter os trabalhadores atentos e informados para que não percam essa nova e importante oportunidade de buscar justiça e reaver seu direito de retornar ao serviço público.

De: CONDSEF

LÍBIA - MORRE MUAMMAR KADHAFI





Hoje..., corre o mundo a notícia da morte de Muammar Kadhafi.












Alguns líderes de estado lamentam não só o desenrolar dos fatos, bem assim, a forma selvagem em que foi morto aquele líder.












Por outro lado, não só os imperialistas riem da circunstância que ajudaram a criar, como também o fazem os seus miseráveis súditos espalhados pelo planeta.










Uma coisa é certa: Se cada governante do EUA se propuser a eliminar seus adversários, dentro em breve só existirão os puxa-sacos ou o mundo sofrerá mudanças profundas...












Quem viver ... verá !?

terça-feira, 4 de outubro de 2011

FUNCIONALISMO PÚBLICO - ACORDA SERVIDOR E LUTE CONTRA O PL 1992/07, QUE TRATA DA CRIAÇÃO DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

Enquanto os servidores ficam focados nas possibilidades de não reajustes para 2011/2012, temos informações precisas que o governo encaminhou à Câmara dos Deputados, pedido de urgência para exame da matéria, tentando, desse modo, conduzir urgentemente o referido tema para aprovação em Plenário ainda em 2011, fugindo, assim, da necessária e prolongada discussão quanto aos reais objetivos e interesses dessa proposta tão milagrosa.

Alguns segmentos do funcionalismo estão atentos às manobras, todavia, isto só, não impede que a proposta do governo saia vitoriosa nesta contenda.

Altenativas de Lutas estão em pauta, mas, carecemos de braços para empunhar a bandeira que demonstre totalmente nossa contrariedade à essa proposta indecorosa e covarde.

Isto posto, provoquem esclarecimentos de seus representantes sindicais e apresentem também opções de estratégias.

O Funcionalismo Público deve começar a pensar plenamente em sua UNIÃO !!!

FORA DIVISÃO !!!

PROFESSORES - MÉDICOS - CIENTISTAS - JUÍZES - POLICIAIS - BOMBEIROS - AUXILIARES - TÉCNICOS - ANALISTAS
e TODOS OUTROS ....

SOMOS IRMÃOS DA AGONIA E RECEBEMOS DO MESMO PATRÃO !!!

FUNCIONALISMO PÚBLICO - DEPUTADO RAUL LIMA PEDE INCLUSÃO DE PLP 248/98 NA ORDEM DO DIA DA CÂMARA E COLOCA SERVIDORES EM ALERTA

De: CONDSEF

O deputado federal Raul Lima (PP-RR) enviou no último dia 28 de setembro requerimento (veja abaixo) ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maio, solicitando inclusão do PLP 248/98 na Ordem do Dia da Casa. Desde outubro de 2007 o projeto não sofria movimentações na Câmara. O pedido de Raul Lima coloca todos os servidores em alerta. O PLP, de autoria do Executivo, criado durante governo de FHC, trata de demissão involuntária por insuficiência de desempenho do servidor estável. À Condsef, o Ministério do Planejamento chegou a adiantar que o governo Dilma não recomendaria apoio ao projeto. O requerimento para a inclusão do PLP na Ordem do Dia vai levar os servidores ao Congresso Nacional para reforçar o trabalho de força tarefa que vem sendo feito em busca de apoio dos parlamentares contra propostas prejudiciais aos servidores.

Além de buscar a derrubada do PLP 248/98, a Condsef e suas filiadas lutam para que outras propostas sejam vetadas pelo Congresso. São os casos do PLP 549/10 que prevê congelamento de investimentos públicos por dez anos, do PL 1992/10 que propõe previdência complementar para servidores públicos, entre outros. Condsef e filiadas também buscam apoio dos parlamentares para aprovação de projetos importantes como é o caso da PEC 270/08 que busca resgatar a integralidade das aposentadorias por invalidez permanente. Outros projetos que a Condsef luta para ser aprovado são a PEC 555/06 que prevê eliminação da cobrança de contribuição dos aposentados e pensionistas do serviço público e o PLP 5030/09 reabre prazo para a apresentação de requerimentos de retorno ao serviço público para demitidos injustamente durante governo Collor.

É preciso manter olho atento às movimentações no Congresso Nacional. A participação das entidades filiadas à Condsef nessas forças tarefas é fundamental. O envio de servidores para realizar esse trabalho de pressão no Congresso será o diferencial para garantir que a maioria dos parlamentares entenda a necessidade de barrar projetos prejudicais não só aos servidores como a todo o serviço público e à população brasileira; além de buscar aprovação de projetos que resgatam direitos importantes dos servidores.


(do Sr. Raul Lima)

Requer a inclusão na Ordem do Dia
 do PLP 248, de 1998,
que disciplina a perda de cargo público
 por insuficiência de desempenho do
 servidor público estável,
 e dá outras providências.

 Senhor Presidente:


Com base no inciso XIV do artigo 114 do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados, venho requerer a Vossa Excelência a inclusão na Ordem do Dia do Projeto de Lei Complementar nº 248, de 1998, de autoria do Poder Executivo, que disciplina a perda de cargo público por insuficiência de desempenho do servidor público estável, e dá outras providências.


Sala das Sessões, em de de 2011.

RAUL LIMA (PP-RR)



Excelentíssimo Senhor
Deputado Marco Maia
Deputado Federal

REQUERIMENTO N° /2011

terça-feira, 27 de setembro de 2011

REFLEXÕES DE FIDEL CASTRO - CHÁVEZ, EVO E OBAMA (SEGUNDA PARTE)

Se nosso Prêmio Nobel se auto-engana, alguma coisa que está por provar, isso tal vez explique as incríveis contradições de seus raciocínios e a confusão plantada entre seus ouvintes.

Não há um ápice de ética, e nem sequer de política, em sua tentativa de justificar sua anunciada decisão de vetar qualquer resolução a favor do reconhecimento da Palestina como Estado independente e membro das Nações Unidas. Até políticos, que em nada partilham um pensamento socialista e chefiam partidos que foram íntimos aliados de Augusto Pinochet, proclamam o direito da Palestina a ser membro da ONU.

As palavras de Barack Obama sobre o assunto principal que hoje se discute na Assembléia-Geral dessa organização, só podem ser aplaudidas pelos canhões, os mísseis e os bombardeiros da NATO.

O resto de seu discurso são palavras vazias, carentes de autoridade moral e de sentido. Observemos por exemplo quão órfãs de idéias foram, quando no mundo esfomeado e pilhado pelas transnacionais e pelo consumismo dos países capitalistas desenvolvidos Obama proclama:

“Para vencer as doenças é preciso melhorar os sistemas de saúde. Continuaremos lutando contra o AIDS, a tuberculose e o paludismo; focar-nos-emos na saúde dos adultos e das crianças, e é preciso detectar e lutar contra qualquer perigo biológico como o H1N1, ou uma ameaça terrorista ou uma enfermidade.”

Chávez, Evo e Obama  (Segunda Parte e Final)“As ações no relativo à mudança climática: Devemos utilizar os recursos escassos, e continuar o trabalho para construir, na base do que se fez em Copenhague e Cancún, para que as grandes economias continuem com seu compromisso. Juntos devemos trabalhar para transformar a energia que é o motor das economias e apoiar outros que avançam em suas economias. Esse é o compromisso para as próximas gerações, e para garantir que as sociedades consigam suas potencialidades devemos permitir que os cidadãos também alcancem suas potencialidades”

Todo o mundo sabe que os Estados Unidos não assinaram o Protocolo de Quioto e tem sabotado todos os esforços por preservar a humanidade das terríveis conseqüências da mudança climática, apesar de ser o país que consome uma parte considerável e desproporcionada do combustível e dos recursos mundiais.

Deixemos constância das palavras idílicas com que pretendia seduzir os homens de Estado ali reunidos:

“Não há nem uma linha reta, nem um só caminho rumo ao sucesso, viemos de diferentes culturas e temos diferentes histórias; mas não podemos esquecer que quando nos reunimos aqui como chefes de diferentes governos, representamos cidadãos que partilham as aspirações básicas, as mesmas: viver em dignidade e em liberdade; ter educação e alcançar as oportunidades; amar suas famílias, e amar e venerar seus deuses; viver numa paz que faz com que a vida valha a pena ser vivida; a natureza de um mundo imperfeito faz com que tenhamos aprendido estas lições cada dia.”

“…porque os que vieram antes do que nós acreditavam que a paz é melhor do que a guerra, e a paz é melhor do que a repressão, e que a prosperidade é melhor do que a pobreza. Essa é a mensagem que vem, não das capitais, mas dos povos, da gente, e quando o alicerce desta instituição foi fundado, Truman veio e disse: As Nações Unidas basicamente é a expressão da natureza moral das aspirações do ser humano. Vivemos em um mundo que muda a uma grande velocidade, esta é uma lição que nunca devemos esquecer. A paz é difícil, mas sabemos que é possível, por isso é que juntos devemos decidir-nos para que isto seja definido pelas esperanças e não os temores. Juntos devemos atingir a paz, uma paz que seja duradoira.

“Muitíssimo obrigado.”

Escutá-las até o final merece algo mais do que gratidão; merece um prêmio.
Como já disse, nas primeiras horas da tarde coube o uso da palavra a Evo Morales Ayma, presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, quem entrou rapidamente nos temas essenciais.

“…há uma clara diferença sobre a cultura da vida frente à cultura da morte; há uma clara diferença sobre a verdade frente à falsidade, uma profunda diferença da paz frente à guerra.”

“…sinto que será difícil entender-nos com políticas econômicas que concentram o capital em poucas mãos. Os dados demonstram que 1% da população no mundo concentra 50% das riquezas. Se existem essas profundas diferenças, como poderia a pobreza poderia ser resolvida? E se não acabarmos com a pobreza, como poderia ser garantida uma paz duradoira?”

“De criança me lembro perfeitamente que antes, quando havia uma rebelião dos povos contra um sistema capitalista, contra os modelos econômicos de pilhagem permanente dos nossos recursos naturais, os dirigentes sindicais, os líderes políticos de tendência esquerdista eram acusados de comunistas para apreendê-los; às forças sociais as atacavam militarmente: confinamentos, exílios, chacinas, perseguições, encarceramentos, acusados de comunistas, de socialistas, de maoístas, de marxistas-leninistas. Sinto que isso agora tem terminado, agora já não nos acusam de marxistas-leninistas, mas agora têm outros instrumentos como o narcotráfico e o terrorismo…”
“…preparam intervenções quando seus presidentes, quando seus governos, quando os povos não são pró-capitalistas nem pró-imperialistas.”

“…fala-se duma paz duradoira. Como pode ter uma paz duradoira com bases militares norte-americanas? Como pode ter paz duradoira com intervenções militares?”
“Para o quê servem estas Nações Unidas, se aqui um grupo de países decidem intervenções, chacinas?”

“Se quiséssemos que esta organização, as Nações Unidas, tenha autoridade para fazer respeitar as resoluções, então temos que começar a pensar em refundar as Nações Unidas…”

“Cada ano nas Nações Unidas decidem —quase cem por cento das nações, salvo os Estados Unidos e o Israel— desbloquear, acabar com o bloqueio econômico contra Cuba, e quem faz respeitar isso? É claro que o Conselho de Segurança jamais vai fazer respeitar essa resolução das Nações Unidas […] Não posso entender como em uma organização de todos os países do mundo suas resoluções não são respeitadas. O quê são as Nações Unidas?”

“Desejo dizer-lhes que a Bolívia não está de costas ao reconhecimento da Palestina nas Nações Unidas. Nossa posição é que a Bolívia dá as boas-vindas à Palestina às Nações Unidas.”

“Vocês sabem, amáveis ouvintes, que eu procedo do Movimento Camponês Indígena, e nossas famílias quando falam de uma empresa se pensa que a empresa tem muito dinheiro, carrega muito dinheiro, são milionários, e não podiam entender como uma empresa iria pedir ao Estado que lhe empreste dinheiro para o investimento correspondente.

“Por isso digo que estas entes financeiras internacionais são as que fazem negócio mediante as empresas privadas; porém, quem têm que pagar isso? Justamente são os povos, os Estados.”

“…Bolívia junto do Chile, temos uma demanda histórica para retornar ao mar com soberania ao Pacífico, com soberania. Por isso, a Bolívia tem tomado a decisão de recorrer aos tribunais internacionais, para demandar uma saída útil soberana ao oceano Pacífico.

“A Resolução 37/10 da Assembléia-Geral da ONU, de 15 de novembro de 1982, estabelece que ‘recorrer a um Tribunal Internacional de Justiça para resolver litígios entre Estados não deve ser considerado como um ato inamistoso.’

“A Bolívia se ampara no direito e na razão para recorrer a um Tribunal Internacional, porque seu enclaustramento é devido a uma guerra injusta, uma invasão. Demandar uma solução no âmbito internacional representa para a Bolívia a reparação de uma injustiça histórica.

“A Bolívia é um Estado pacifista que privilegia o diálogo com os países vizinhos, e por isso mantém abertos os canais de negociação bilateral com o Chile, sem que isso signifique renunciar a seu direito de recorrer a um Tribunal Internacional…”

“Os povos não são responsáveis do enclaustramento marítimo da Bolívia, os causantes são as oligarquias, as transnacionais que como sempre se apoderam de seus recursos naturais.

“O Tratado de 1904 não contribuiu à paz nem à amizade, ocasionou que por mais de um século a Bolívia não tivesse acesso a um porto soberano.”

“…na região América se gesta outro movimento dos países da América latina com o Caribe, eu diria uma nova OEA sem os Estados Unidos, para libertar-nos de certas imposições, felizmente, com a pequena experiência que temos na UNASUL. […] já não precisamos, se houver algum conflito de países […] que venham desde cima e de afora a pôr ordem.”

“Também desejo aproveitar esta oportunidade para falar sobre um tema central: a luta contra o narcotráfico. A luta contra o narcotráfico é usada pelo imperialismo norte-americano com fins essencialmente políticos. A DEA dos Estados Unidos na Bolívia não lutava contra o narcotráfico, controlava o narcotráfico com fins políticos. Se havia algum dirigente sindical, ou havia algum dirigente político antiimperialista, para isso estava a DEA: para implicá-lo. Muitos dirigentes, muitos políticos nos salvamos desses trabalhos tão sujos desde o império para implicar-nos no narcotráfico. Até agora, ainda continuam nessa tentativa.”

“Nas semanas passadas diziam alguns meios de comunicação desde os Estados Unidos, que o avião da presidência estava detido com vestígios de cocaína nos Estados Unidos. Que falso!, tentam confundir à população, tentam fazer uma campanha suja contra o governo, inclusive contra o Estado. Contudo, o quê fazem os Estados Unidos? Tira a certificação à Bolívia e à Venezuela. Que autoridade moral têm os Estados Unidos para certificar ou tirar a certificação aos países na América do Sul ou na América Latina?, quando Estados Unidos é o primeiro consumidor de drogas do mundo, quando Estados Unidos é um dos produtores de maconha no mundo, primeiro produtor de maconha do mundo […] Com que autoridade pode certificar ou tirar a certificação? É uma outra forma de como amedrontar ou intimidar os países, tentar escarmentar os países. Todavia, a Bolívia, com muita responsabilidade, vai lutando contra o narcotráfico.

“No mesmo relatório dos Estados Unidos, isto é, do Departamento de Estado dos Estados Unidos, é reconhecida uma redução líquida da cultura de coca, que tem melhorado a interdição.

“Porém, cadê o mercado? O mercado é a origem do narcotráfico e o mercado está aqui. E quem tira a certificação aos Estados Unidos porque não tem diminuído o mercado?

“Hoje de manhã, o presidente Calderón, do México, dizia que o mercado da droga continua crescendo e porquê não há responsabilidades para erradicar o mercado. […] Façamos uma luta sob uma co-responsabilidade partilhada. […] Na Bolívia não temos medo, e é preciso acabar com o segredo bancário se quisermos fazer uma luta frontal contra o narcotráfico.”

“…Uma das crises, à margem da crise do capitalismo, é a crise alimentar. […] temos uma pequena experiência na Bolívia: dá-se créditos aos produtores de arroz, milho, trigo e soja, com zero por cento de juros, e inclusive eles podem pagar sua dívida com seus produtos; trata-se de alimentos; ou créditos brandos para fomentar a produção. Não obstante, as bancas internacionais nunca levam em conta o pequeno produtor, nunca levam em contas as associações, as cooperativas, que muito bem podem contribuir se tiverem a oportunidade. […] Temos que terminar com o comércio chamado de competitividade.

“Em uma competência, quem ganha?, o mais poderoso, o que tem mais vantagens, sempre as transnacionais, e o quê acontece com o pequeno produtor?, o quê é dessa família que deseja surgir com seu próprio esforço? […] Numa política de competitividade com certeza nunca vamos resolver o tema da pobreza.

“Mas, finalmente, para concluir esta intervenção desejo dizer-lhes que a crise do capitalismo já é impagável. […] A crise econômica do capitalismo não apenas é conjuntural, mas é estrutural, e o quê fazem os países capitalistas ou os países imperialistas?, procuram qualquer pretexto para intervir em um país e para recuperar seus recursos naturais.

“Esta manhã o Presidente dos Estados Unidos dizia que o Iraque já se libertou, eles próprios vão se governar. Os iraquianos poderão se governar, mas o petróleo dos iraquianos nas mãos de quem está agora?

“Saudaram, disseram que acabou a autocracia na Líbia, agora é a democracia; pode ter a democracia, mas o petróleo da Líbia nas mãos de quem ficará agora? […] os bombardeamentos não eram por causa do Khadaffi, por causa de uns rebeldes, mas é procurando o petróleo da Líbia.”

“…Portanto, sua crise, a crise do capitalismo, querem-na ultrapassar, querem-na emendar recuperando nossos recursos naturais, na base do nosso petróleo, na base do nosso gás, dos nossos recursos naturais.

“…temos uma enorme responsabilidade: defender os direitos da Mãe Terra.”
“…a melhor forma de defender os direitos humanos é agora defendendo os direitos da Mãe Terra […] aqui temos uma enorme responsabilidade de aprovar os direitos da Mãe Terra. Há apenas 60 anos aprovaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Há apenas 60 anos atrás constataram nas Nações Unidas que também o ser humano tem seus direitos. Depois dos direitos políticos, dos direitos econômicos, dos direitos dos povos indígenas, agora temos a enorme responsabilidade de como defender os direitos da Mãe Terra.

“Também estamos convencidos de que o crescimento infinito num planeta finito é insustentável e impossível, o limite do crescimento é a capacidade degenerativa dos ecossistemas da Terra. […] fazemos um apelo a […] um novo decálogo de reivindicações sociais: em sistemas financeiros, sobre os recursos naturais, sobre os serviços básicos, sobre a produção, sobre a dignidade e a soberania, e nessa base começar a refundar as Nações Unidas para que as Nações Unidas sejam a máxima instância para a solução em temas de paz, em temas de pobreza, em temas de dignidade e de soberania dos povos do mundo.”

“Esperamos que esta experiência vivida como Presidente possa servir de alguma coisa para todos nós, como também eu venho a aprender de muitos de vocês para continuar trabalhando pela igualdade e pela dignidade do povo Boliviano.
“Muitíssimo obrigado.”

Após os medulares conceitos de Evo Morales, o Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, ao que concederam o uso da palavra dois dias depois, expôs os dramáticos sofrimentos dos habitantes da Palestina: “…a crassa injustiça histórica perpetrada com nosso povo, por isso foi acordado o estabelecimento do Estado da Palestina em só 22% do território da Palestina e, sobre tudo, o território palestino que ocupou Israel em 1967. Tomar esse passo histórico, que aplaudiram os Estados do mundo, permitiu condescender sobremaneira para conseguir uma contemporização histórica, que permitiria que fosse atingida a paz na terra da paz.”

“[…] Nosso povo continuará com a resistência pacífica popular à ocupação do Israel, seus assentamentos e sua política de apartheid, bem como a construção do muro de anexação racista […] armado de sonhos, valor, esperança e de consignas perante a face de tanques, gás lacrimogêneo, buldôzeres e balas.”

“…queremos dar-lhes a mão ao governo e ao povo israelita para a imposição da paz, e lhes digo: construamos juntos, de maneira urgente, um futuro para nossos filhos em que possam gozar de liberdade, de segurança e de prosperidade. […] Construamos relações de cooperação que estejam na base da paridade, da eqüidade e da amizade entre dois Estados vizinhos, a Palestina e o Israel, em vez de políticas de ocupação, assentamentos, guerra e eliminação do outro.”

Tem decorrido quase meio século desde aquela brutal ocupação promovida e apoiada pelos Estados Unidos. Contudo, apenas transcorre um dia sem que o muro seja levantado, monstruosos equipamentos mecânicos destruam moradias palestinas e algum jovem, e inclusive adolescente palestino, caia ferido ou morto.
Quão profundas verdades continham as palavras de Evo!

Fidel Castro Ruz
26 de setembro de 2011
22h32.

REFLEXÕES DE FIDEL CASTRO - CHÁVEZ, EVO E OBAMA (PRIMEIRA PARTE)

Chávez, Evo e Obama (Primeira parte)Faço alto nas tarefas que ocupam a totalidade de meu tempo nestes dias, para dedicar umas palavras à singular oportunidade que oferece para a ciência política o sexagésimo sexto período da Assembléia-Geral das Nações Unidas.

O acontecimento anual demanda um singular esforço dos que assumem as mais altas responsabilidades políticas em muitos países. Para eles, constitui uma dura prova; para os amadores a essa arte, que não são poucos visto que a todos afeta vitalmente, resulta difícil subtrair-se à tentação de observar o interminável mas instrutivo espetáculo.

Existem, em primeiro lugar, infinidade de temas peliagudos e conflitos de interesses. Para grande número dos participantes é preciso tomar posição sobre fatos que constituem flagrantes violações de princípios. Por exemplo: que posição adotar sobre o genocídio da NATO na Líbia? Deseja alguém deixar constância de que sob sua direção o governo do seu país apoiou o monstruoso crime realizado por Estados Unidos e seus aliados da NATO, cujos sofisticados aviões de combate, com ou sem piloto, levaram a cabo mais de vinte mil missões de ataque contra um pequeno Estado do Terceiro Mundo que possui apenas seis milhões de habitantes, alegando as mesmas razões que ontem foram utilizadas para atacar e invadir Sérvia, Iraque, Afeganistão e hoje ameaçam com o fazer na Síria ou em qualquer outro país do mundo?

Não foi precisamente o Governo do Estado anfitrião da ONU que ordenou a chacina do Vietnã, Laos e Camboja, o ataque mercenário de Baia dos Porcos em Cuba, a invasão de São Domingos, a “Guerra Suja” na Nicarágua, a ocupação da Granada e do Panamá pelas forças militares dos Estados Unidos e o massacre de panamenhos em El Chorrillo? Quem promoveu os golpes militares e os genocídios no Chile, na Argentina e no Uruguai, que custaram dezenas de milhares de mortos e desaparecidos? Não falo de coisas acontecidas há 500 anos, quando os espanhóis iniciaram o genocídio na América, ou há 200 quando os ianques exterminavam indígenas nos Estados Unidos ou escravizavam africanos, apesar de que “todos os homens nascem livres e iguais” como dizia a Declaração de Filadélfia. Falo de fatos acontecidos nas últimas décadas e que estão acontecendo hoje.

Estes fatos não podem deixar de serem recordados e de serem repetidos quando tem lugar um acontecimento da importância e do relevo da reunião que se realiza na Organização das Nações Unidas, onde se coloca a prova a inteireza política e a ética dos governos.

Muitos deles representam países pequenos e pobres necessitados de apoio e de cooperação internacional, tecnologia, mercados e créditos, que as potências capitalistas desenvolvidas têm manejado a seu bel-prazer.

Apesar do monopólio sem vergonha da mídia e dos métodos fascistas dos Estados Unidos e seus aliados para confundir e enganar a opinião mundial, a resistência dos povos cresce, e isso pode ser constatado nos debates que se estão produzindo nas Nações Unidas.

Não poucos líderes do Terceiro Mundo, a pesar dos entraves e das contradições indicadas, têm colocado com valentia suas idéias. As próprias vozes que emanam dos governos da América Latina e do Caribe já não possuem o acento serviçal e vergonhoso da OEA, que caracterizou os pronunciamentos dos Chefes de Estados em décadas passadas. Dois deles dirigiram-se a esse foro; ambos, o presidente bolivariano Hugo Chávez, mistura das raças que integram o povo da Venezuela e Evo Morales, de pura estirpe indígena milenária, verteram seus conceitos nessa reunião, um através de uma mensagem e outro de viva voz, respondendo ao discurso do Presidente ianque.

Telesul transmitiu os três pronunciamentos. Graças a isso conseguimos conhecer desde a noite da terça-feira 20 a mensagem do Presidente Chávez, lida detidamente por Walter Martínez em seu programa Dossiê. Obama proferiu seu discurso na manhã da quarta-feira como Chefe de Estado do país anfitrião da ONU, e Evo pronunciou o seu nas primeiras horas da tarde desse próprio dia. Em prol da brevidade pegarei parágrafos essenciais de cada texto.

Chávez não pôde assistir pessoalmente à Reunião de Cúpula das Nações Unidas, após 12 anos de luta sem descanso um só dia,. O que colocou em risco sua vida e efetuou sua saúde e hoje luta abnegadamente por sua plena recuperação. Contudo, era difícil que sua mensagem valente não abordasse o tema mais crítico da histórica reunião.

 Transcrevo-a quase na íntegra:

“Dirijo estas palavras à Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas, […] para ratificar, neste dia e neste cenário, o total apoio da Venezuela ao reconhecimento do Estado palestino: o direito da Palestina a se tornar em um país livre, soberano e independente. Trata-se de um ato de justiça histórico com um povo que leva em si, desde sempre, toda a dor e o sofrimento do mundo.

“O grande filósofo francês Gilles Deleuze, […] diz com o acento da verdade: “A causa palestina é, antes do mais, o conjunto de injustiças que este povo tem padecido e continua padecendo.” E também é, atrevo-me a acrescentar, uma permanente e insubmissa vontade de resistência que já está inscrita na memória heróica da condição humana. […] Mahmud Darwish, voz infinita da Palestina possível, fala-nos desde o sentimento e da consciência desse amor: ‘Não precisamos da lembrança/ porque em nós está o Monte Carmelo/ e em nossas pálpebras está a erva da Galileia./ Não digas: se corrêssemos rumo a meu país como o rio!/ O não digas!/ Porque estamos na carne de nosso país/ e ele está em nós.’

“Contra aqueles que sustentam, falazmente que o acontecido ao povo palestino não é um genocídio, o próprio Deleuze sustenta com lucidez implacável: ‘Em todos os casos se trata de fazer como se o povo palestino não apenas não deveria existir, mas que não tivesse nunca existido. É, como o dizer?, o grau zero do genocídio: decretar que um povo não existe; negar-lhe o direito à existência’.”

“…a resolução do conflito do Oriente Médio passa, necessariamente, por fazer-lhe justiça ao povo palestino; este é o único caminho para conquistar a paz.

“Magoa e indigna que os que padeceram um dos piores genocídios da história, tenham se tornado em verdugos do povo palestino; magoa e indigna que a herança do Holocausto seja a Nakba. E indigna, a secas, que o sionismo continua fazendo uso da chantagem do anti-semitismo contra quem se opõem a seus atropelos e a seus crimes. Israel tem instrumentalizado e instrumentaliza, com descaramento e vileza, a memória das vítimas. E o faz para agir, com total impunidade, contra a Palestina. De passo, não resulta ocioso precisar que o anti-semitismo é uma miséria ocidental, européia, da qual não participam os árabes. Não esqueçamos, também, que é o povo semita palestino o que padece a limpeza étnica praticada pelo Estado colonialista israelita.”

“…uma coisa é rejeitar o anti-semitismo, e outra muito diferente é aceitar passivamente que a barbárie sionista lhe imponha um regime de apartheid ao povo palestino. Do ponto de vista ético, quem rejeitar o primeiro, tem que condenar o segundo.”

“… o sionismo, como visão do mundo, é absolutamente racista. As palavras de Golda Meir, em seu aterrador cinismo, são prova eloqüente disso: ‘Como vamos devolver os territórios ocupados? Não tem ninguém a quem devolvê-los. Não há tal coisa chamada de palestinos. Não era como se pensa que existia um povo chamado de palestino, que se considera ele próprio como palestino e que nós chegamos, os expulsamos e lhes tiramos seu país. Eles não existiam.’”

“Leia-se e releia-se esse documento que se conhece historicamente como Declaração de Balfour do ano 1917: o Governo britânico se arrogava a potestade de prometer aos judeus um lar nacional na Palestina, desconhecendo deliberadamente a presença e a vontade dos seus habitantes. É preciso acrescentar que na Terra Santa conviveram em paz, durante séculos, cristãos e muçulmanos, até que o sionismo começou a reivindicá-la como de sua inteira e exclusiva propriedade.”

“Ao concluir a Segunda Guerra Mundial, seria exacerbada a tragédia do povo palestino, consumando-se a expulsão de seu território e, ao mesmo tempo, da história. Em 1947 a ominosa e ilegal resolução 181 das Nações Unidas recomenda a partição da Palestina em um Estado judeu, um Estado árabe e uma zona sob controle internacional (Jerusalém e Belém). Foi concedido, […]56% do território para o sionismo para a constituição de seu Estado. De fato, esta resolução violava o direito internacional e desconhecia flagrantemente a vontade das grandes maiorias árabes: o direito de autodeterminação dos povos se convertia em letra morta.”

“…contra o que Israel e os Estados Unidos pretendem fazer acreditar ao mundo, através das transnacionais da comunicação, o que aconteceu e continua acontecendo na Palestina, digamo-lo junto de Said, não é um conflito religioso: é um conflito político, de carimbo colonial e imperialista; não é um conflito milenário mas contemporâneo; não é um conflito que nasceu no Oriente Médio mas na Europa.
“Qual era e qual continua sendo o âmago do conflito?: Privilegia-se a discussão e consideração da segurança do Israel, e para nada a da Palestina. Assim pode ser verificado na história recente: basta com recordar o novo episódio de genocídio desencadeado por Israel através da operação ‘Chumbo Fundido’ em Gaza.

“A segurança da Palestina não pode ser reduzida ao simples reconhecimento de um limitado autogoverno e autocontrole policial em seus ‘enclaves’ da ribeira ocidental do Jordão e na Faixa de Gaza, deixando de fora não apenas a criação do Estado palestino, sobre as fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém oriental como sua capital, os direitos de seus nacionais e sua autodeterminação como povo, mas também, a compensação e conseguinte regresso à Pátria de 50% da população palestina que se encontra espalhada pelo mundo inteiro, tal e como o estabelece a resolução 194.
“Resulta incrível que um país (Israel) que deve sua existência a uma resolução da Assembléia-Geral, possa ser tão desdenhoso das resoluções que emanam das Nações Unidas, denunciava o padre Miguel D’Escoto quando pedia o cessar do massacre contra o povo de Gaza, a finais de 2008 e princípios de 2009.”

“É impossível ignorar a crise das Nações Unidas. Perante esta mesma Assembléia-Geral sustentamos, no ano 2005, que o modelo das Nações Unidas se tinha esgotado. O fato de que se tenha adiado o debate sobre a questão palestina, e que se lhe esteja sabotando abertamente, é uma nova confirmação disso.

“Há já vários dias Washington vem manifestando que vetará no Conselho de Segurança o que será resolução majoritária da Assembléia-Geral: o reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU. Junto das Nações irmãs que conformam a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), na Declaração de reconhecimento do Estado palestino, temos deplorado, desde já, que tão justa aspiração possa ser bloqueada por esta via. Como sabemos, o império, neste e noutros casos, pretende impor um duplo padrão no cenário mundial: é a dupla moral ianque que viola o direito internacional na Líbia, porém permite que o Israel faça o que quiser, tornando-se assim no principal cúmplice do genocídio palestino a mãos da barbárie sionista. Lembremos umas palavras de Said que metem o dedo na chaga: ‘Devido aos interesses do Israel nos Estados Unidos, a política deste país em torno ao Oriente Médio é, portanto, israelo-cêntrica.’”

“Quero findar com a voz de Mahmud Darwish em seu poema memorável: ‘Sobre esta terra tem uma coisa que merece viver: sobre esta terra está a senhora da terra, a mãe dos começos,/ a mãe dos finais. Chamava-se Palestina. Continua se chamando Palestina./ Senhora: eu mereço, porque tu és minha dama, eu mereço viver.’”
“Continuará chamando-se de Palestina: Palestina viverá e vencerá! Longa vida a Palestina livre, soberana e independente!

“Hugo Chávez Frías
“Presidente da República Bolivariana da Venezuela”.

Quando a reunião começou na manhã seguinte, suas palavras estavam já no coração e na mente das pessoas ali reunidas.

O líder bolivariano nunca foi inimigo do povo judeu. Homem de particular sensibilidade, detestava profundamente o brutal crime cometido pelos nazistas contra crianças, mulheres e homens, jovens e idosos nos campos de concentração onde também os ciganos foram vítimas de crimes atrozes e tentativa de extermínio, que, não obstante, ninguém se lembra e nunca são mencionados. Igualmente centenas de milhares de russos morreram nesses campos de extermínio como raça inferior no conceito racial nazista.

Quando Chávez regressou a seu país, procedente de Cuba, na noite de quinta-feira 22 de setembro, referiu-se com indignação ao discurso pronunciado por Barack Obama nas Nações Unidas. Poucas vezes o escutei falar com tanto desencanto sobre um líder ao qual tratava com determinado respeito, como uma vítima da própria história da discriminação racial nos Estados Unidos. Nunca o considerou capaz de agir como o teria feito George Bush e conservava uma lembrança respeitosa das palavras trocadas com ele na reunião de Trinidad e Tobago.

“Ontem estivemos ouvindo um conjunto de discursos, antes de ontem também, lá nas Nações Unidas, discursos precisos como o da presidenta Dilma Rousseff; discurso de alto valor ético como o do presidente Evo Morales; um discurso que poderíamos catalogar como um monumento ao cinismo, o discurso do presidente Obama, é um monumento ao cinismo que sua própria cara delatava, sua própria cara era um poema; um homem chamando à paz, imagine você, Obama chamando à paz, com quê moral?

Um monumento histórico ao cinismo esse discurso do presidente Obama.

“Estivemos ouvindo discursos precisos, orientadores: o do presidente Lugo, o da presidenta argentina, fixando posições valentes perante o mundo.”

Quando começou a reunião de Nova Iorque na manhã de quarta-feira 21 de setembro, o Presidente dos Estados Unidos, –após as palavras da Presidenta do Brasil que abriu os debates, e depois da apresentação de rigor– ocupou o pódio e iniciou seu discurso.
“Em sete décadas, ―começou dizendo― quando a ONU impediu que houvesse uma Terceira Guerra Mundial, continuamos em um mundo marcado pelo conflito e prenhe de pobreza; quando proclamamos nosso amor pela paz e ódio pela guerra, continuam existindo convulsões no mundo que nos colocam a todos em perigo.”

Não se sabe qual seria o momento em que segundo Obama, a ONU impediu uma Terceira Guerra Mundial.

“Assumi o cargo em um momento de duas guerras para os Estados Unidos, uma guerra contra o extremismo, que nos levou à guerra; em primeiro lugar, Osama Bin Laden e sua organização Al-Qaeda continuavam livres. Hoje estabelecemos uma nova direção, no final deste ano as operações militares no Iraque vão concluir, vamos ter relações normais com um país soberano, membro da comunidade de nações. Essa aliança será fortalecida com o fortalecimento do Iraque, da sua força de segurança, do seu governo, do seu povo e também das suas aspirações.”

De que país está realmente Obama falando?

“Ao pôr término à guerra no Iraque, os Estados Unidos e seus aliados começarão a transição no Afeganistão; temos um país no Afeganistão que pode assumir a responsabilidade do futuro de seu país, na medida em que em que o fazem vamos tirando nossas próprias forças e vamos construindo uma aliança solidária com o povo afegão. Não deve existir dúvida, então, de que a onda da guerra está se revertendo.
“Assumi o poder quando milhares de estadunidenses serviam no Afeganistão e no Iraque, no final deste ano esse número vai se reduzir à metade e seguirá diminuindo. Isto é fundamental para a soberania, tanto do Iraque quanto do Afeganistão e também resulta essencial para o fortalecimento da ONU e dos Estados Unidos, quando construímos nossa própria nação; além disso, estamos saindo dali com uma posição forte. Há 10 anos havia uma ferida aberta e ferros retorcidos, um coração partido no centro desta cidade; hoje quando se ergue uma nova torre simboliza a renovação de Nova Iorque; hoje Al-Qaeda tem mais pressões do que nunca, sua liderança tem sido degradada, Osama Bin Laden, um homem que matou milhares de pessoas de dúzias de países, já não colocará em perigo a paz do mundo.”

De quem foi aliado Bin Laden, quem realmente o treinou e armou para combater os soviéticos no Afeganistão? Não foram os socialistas, nem os revolucionários em nenhuma parte do mundo.

“Esta década tem sido bem difícil, […] mas hoje estamos na encruzilhada da história, com a oportunidade de nos movimentar de maneira decisiva rumo à paz; para tal devemos voltar à sabedoria dos que criaram esta instituição. As Nações Unidas e sua Carta instam a que nos juntemos para manter a paz e a segurança internacionais.”

Quem tem bases militares em todas as partes do mundo, quem é o maior exportador de armas, quem possui centenas de satélites espiões, quem investe mais de um milhão de milhões de dólares anuais em despesas militares?

“Este ano tem sido um momento de grandes transformações, mais nações têm avançado para manter a paz e a segurança e mais indivíduos estão reclamando seu direito a viver em paz e me liberdade.”

Depois cita os casos do Sudão do Sul e Costa de Marfim. Não diz que no primeiro, as transnacionais ianques se lançaram sobre as reservas petroleiras desse novo país, cujo presidente nessa própria Assembléia da ONU, disse que era um recurso valioso, mas esgotável e propunha o uso racional e ótimo do mesmo.

Obama também não expressou que a paz, em Costa de Marfim foi alcançada com o apoio dos soldados colonialistas de um eminente membro da belicosa NATO que acaba de lançar milhares de bombas sobre a Líbia.

Menciona pouco depois a Tunísia, e atribui aos Estados Unidos o mérito do movimento popular que derrubou o governo desse país, um aliado do imperialismo.

Mais assombroso ainda, Obama pretende ignorar que Estados Unidos foi o responsável de que no Egito se instalasse o governo tirânico e corrupto de Use Mubarak, que ultrajando os princípios de Nasser, aliou-se ao imperialismo, arrebatou a seu país dezenas de milhares de milhões e tiranizou esse valoroso povo.

“Há um ano, ―afirma Obama― Egito tivera um presidente durante quase 30 anos.

Durante 18 dias os olhos do mundo estavam focados na Praça Taghir, onde os egípcios de todas as camadas da sociedade, jovens, crianças, mulheres, homens, muçulmanos e cristãos, demandavam seus direitos universais. Vimos nesses manifestantes a força da não violência que nos tem levado de Nova Deli até Selma e vimos que a mudança chegou ao Egito e ao mundo árabe por meios pacíficos.”

“Dia após dia frente às balas e às armas o povo líbio não renunciou a sua liberdade, e quando foi ameaçado por essa atrocidade que temos visto muito nos últimos séculos, a ONU respeitou sua Carta, o Conselho de Segurança autorizou as medidas necessárias para evitar um massacre na Líbia. A Liga Árabe exigiu esta intervenção, houve uma aliança e uma coligação para evitar o avanço das forças de Khadaffi.”

“Ontem as lideranças de uma nova Líbia tomaram seu lugar aqui, conosco, e nesta semana as Nações Unidas e os Estados Unidos estão abrindo sua nova embaixada em Trípoli.

“Eis como a comunidade internacional deve funcionar, e deveria funcionar: as nações que se juntam para procurar a paz e a segurança e os indivíduos que exigem seus direitos.

“Todos nós temos a responsabilidade de apoiar a nova Líbia, o novo governo líbio que enfrenta transformar esta promessa em uma benção para todos os líbios.”

“O regime de Khadaffi acabou, Gbagbo, Ben Ali, Mubarak, já não estão no poder.

Osama Bin Laden se foi, e a idéia de que a mudança somente pode chegar pela violência tem sido enterrada junto com ele.”

Observem a forma poética com que Obama despacha o assunto de Bin Laden, qualquer que tenha sido a responsabilidade deste antigo aliado, executado com um disparo no rosto diante de sua esposa e seus filhos e lançado ao mar desde um porta-aviões, ignorando costumes e tradições religiosas de mais de mil milhões de crentes e princípios jurídicos elementares estabelecidos por todos os sistemas penais. Tais métodos não conduzem nem conduzirão jamais à paz.

“Alguma coisa está acontecendo em nosso mundo, —continua relativamente à Líbia― a maneira como as coisas têm sido é como será no futuro. A mão da tirania tem terminado, os tiranos têm sido ignorados e agora o povo tem o poder. Os jovens rejeitam a ditadura, rejeitam a mentira de que algumas raças, alguns povos, algumas etnias não merecem a democracia.

“A promessa no papel de que todos nascemos livres e com o mesmo direito cada vez está mais próxima de ser realidade […] A medida do sucesso é se as pessoas podem viver em uma liberdade, dignidade e segurança sustentável, e a ONU e seus membros devem fazer o necessário para apoiar estas aspirações básicas, e temos mais trabalho que fazer nesse sentido.”

De imediato a empreende contra outro país muçulmano onde, como se sabe, seus serviços de inteligência junto dos de Israel, assassinam sistematicamente os cientistas mais destacados da tecnologia militar.

A seguir ameaça Síria, onde a agressividade ianque pode conduzir a um massacre muito mais espantoso do que o da Líbia: “Hoje, homens, mulheres e crianças têm sido assassinados e torturados pelo regime da Síria; milhares têm sido assassinados, muitos durante o período sagrado do Ramadã; milhares têm atravessado a fronteira da Síria.
“O povo sírio tem mostrado dignidade e valentia em sua busca de justiça, protestando pacificamente e morrendo pelos mesmos valores que esta instituição defende. Ora bem, a questão é simples: Vamos apoiar o povo sírio ou vamos apoiar seus opressores? A ONU já tem aplicado sanções aos líderes sírios. Apoiamos a transferência de poder que responda ao desejo do povo sírio, e muitos se nos juntaram neste esforço; mas pelo bem da Síria e da paz e a segurança do mundo devemos falar com uma só voz: não tem desculpa para a ação. Tem chegado o momento para que o Conselho de Segurança sancione o regime da Síria e apóie o povo sírio.”

Por acaso ficou algum país excluído das ameaças sangrentas deste ilustre defensor da segurança e da paz internacional? Quem concedeu aos Estados Unidos tais prerrogativas?

“Na região, devemos responder aos apelos pela mudança. No Iêmen, mulheres, crianças, homens se reuniram nas praças, todos os dias, com a esperança de que sua determinação e o derramamento de seu sangue conduzam a uma mudança. O povo estadunidense apóia essas aspirações. Devemos trabalhar com os vizinhos e os parceiros no mundo para procurar um caminho que conduza para uma transição pacífica do governo de Saleh, e que hajam eleições livres e justas o mais rápido possível.

“No Bahrein foram tomadas medidas para a reforma na prestação de contas. Estamos contentes com isso, porém se precisa de muito mais. Somos amigos de Bahrein, e seguiremos exigindo ao governo e aos opositores que procurem um diálogo significativo que chegue a mudanças pacíficas e cumpra os desejos do povo.

Acreditamos que o patriotismo de Bahrein pode ser maior do que o sectarismo que o separa; é difícil, mas se pode conseguir.”

Não menciona em absoluto que ali se encontra uma das maiores bases militares da região e que as transnacionais ianques controlam e dispõem a seu bel-prazer das maiores reservas de petróleo e de gás da Arábia Saudita e dos Emiratos Árabes.

“Julgamos que cada nação deve ter seu próprio caminho para conseguir satisfazer as aspirações dos povos. Não podemos concordar com todos aqueles que se expressam politicamente, mas sempre vamos defender os direitos universais que foram apoiados por esta Assembléia, direitos que dependem de eleições livres e justas, governos transparentes e que prestem contas, tenham respeito pelos direitos das mulheres e das minorias, justiça igual e justa. Isso merece nosso povo. Estes são os elementos da paz que podem durar.”

“…Os Estados Unidos vão continuar apoiando as nações que vão rumo à democracia com maior comércio e investimento, para que a liberdade seja seguida da oportunidade. Continuaremos nosso compromisso com os governos, mas também com a sociedade civil, os estudantes, os empresários, os partidos políticos, a imprensa, a mídia.
“Temos condenado os que violam os direitos humanos e impedem que cheguem a esses países. Castigamos os que violam esses direitos, e sempre vamos servir como uma voz daqueles que têm sido silenciados.”

Depois desta longa lengalenga, o insigne Prêmio Nobel entra no espinhoso tema de sua aliança com o Israel que por certo, não figura entre os privilegiados possuidores de um dos mais modernos sistemas de armas nucleares e meios capazes de alcançar objetivos distantes. Conhece perfeitamente bem quão arbitrária e impopular é essa política.

“Sei que nesta semana há um tema que é fundamental neste sentido, para esses direitos. É uma prova para a política externa dos Estados Unidos quando o conflito entre o Israel e os palestinos continua. Há um ano estive neste pódio e fiz um apelo para que houvesse uma Palestina livre. Então acreditei, e ainda acredito hoje, que o povo palestino merece seu Estado, mas também disse que uma paz genuína só pode ser alcançada entre israelitas e palestinos. Um ano depois, apesar de muitos esforços dos Estados Unidos e de outros, as partes não têm podido salvar suas diferenças. Diante desta estagnação propus uma nova base de negociações, fi-lo no passado mês de maio. Essa base é clara, é conhecida para todos: os israelitas devem saber que qualquer acordo deve ter garantias para sua segurança; os palestinos devem conhecer as bases territoriais de seu Estado. Sei que muitos têm estado frustrados pela falta de avanços, e eu também estive e continuo estando. A questão não é a meta que procuramos, senão como atingimos essa meta.”

“A paz exige muito trabalho, a paz não vai chegar por resoluções nem declarações perante a ONU, se fosse tão fácil já se teria conseguido. Os israelitas e os palestinos devem se sentar, e vão viver juntos, são eles os que devem procurar uma solução viável em suas fronteiras, devem procurar uma solução sobre Jerusalém, sobre os refugiados. A paz depende do acordo entre aqueles que devem viver juntos depois que culminem nossos discursos, muito depois de que nós tenhamos votado.”

Estende-se a seguir em uma longa ladainha para explicar e justificar o inexplicável e o injustificável.

“…Não há dúvidas nesse sentido de que os palestinos têm visto isto retrasado por demasiado tempo, e é justamente porque cremos tanto nas aspirações do povo palestino que os Estados Unidos têm investido tanto tempo e tanto esforço em construir um Estado palestino e negociações que possam cumprir esta meta do Estado palestino; porém é preciso compreender isto também, os Estados Unidos fizeram um compromisso com a segurança do Israel, é essencial; nossa amizade é profunda e duradoira com este Estado israelita.”

“O povo judeu tem formado um Estado com sucesso e merece reconhecimento e relações normais com seus vizinhos, e os amigos dos palestinos não lhe fazem nenhum favor ao ignorar esta verdade.

“…cada lado tem aspirações legítimas, e isso é parte do que faz a paz, algo tão difícil, e o prazo final somente poderá ser quebrado quando cada parte aprenda a estar nos sapatos do outro, cada parte possa ver o mundo através dos olhos do outro. Isso devemos incentivá-lo, devemos promover isso.”

Enquanto isso, os palestinos permanecem desterrados de sua própria pátria, suas casas são destruídas por monstruosos equipamentos mecânicos e um muro odioso, muito mais alto que o de Berlin, separa uns palestinos de outros. O melhor que podia ter reconhecido Obama é que os próprios cidadãos israelitas já estão cansados da dilapidação de recursos investidos no setor militar, que os priva de paz e de acesso aos meios elementares de vida. Igual do que os palestinos, eles estão sofrendo as conseqüências dessas políticas impostas por Estados Unidos e os elementos mais belicosos e reacionários do Estado sionista.

“Na medida em que fazemos face a esses conflitos e a estas revoluções devemos reconhecer e recordar que […] a paz verdadeira depende de criar a oportunidade que faz com que a vida valha a pena ser vivida, e para tal devemos confrontar inimigos comuns da humanidade: as armas nucleares, a pobreza, a ignorância e a enfermidade.”
Quem entende este galimatias do Presidente dos Estados Unidos perante a Assembléia-Geral?

A seguir postula sua ininteligível filosofia:

“Para fazer face à destruição mundial devemos lutar por um mundo sem armas nucleares; nos últimos dois anos começamos a andar essa senda. Desde a Reunião de Cúpula em Washington muitas nações começaram a assegurar seu material nuclear contra os possíveis terroristas.”

Pode ter terrorismo maior do que a política agressiva e belicosa de um país cujo arsenal de armas nucleares poderia destruir várias vezes a vida humana neste planeta?
“Os Estados Unidos vão continuar trabalhando para proibir a prova de materiais nucleares e dos materiais para estas armas nucleares”, continua nos prometendo Obama. “Temos começado, então, a avançar no sentido correto. Os Estados Unidos estão comprometidos a cumprir com suas obrigações; mas quando cumprimos com nossas obrigações esperamos que as instituições também ajudem a limitar a expansão destas armas […] O Irão não tem podido demonstrar que seu programa de armas nucleares seja pacífico.”

Volta com a lengalenga! Mas desta vez o Irão não está sozinho; acompanha-o a República Democrática da Coréia.

“Coréia do Norte ainda tem que tomar medidas para reduzir suas armas e reduzir sua beligerância contra o Sul. Existe um futuro de muitas oportunidades para os povos dessas nações se seus governos cumprirem com suas obrigações internacionais; mas se continuarem na senda fora do direito internacional, deverão sentir maiores pressões de isolamento, por isso é que nosso compromisso rumo à paz e à segurança exigem que isto seja feito desta maneira.”

Continuará amanhã.

Fidel Castro Ruz
25 de setembro de 2011
19h36