Servidores do IBGE vão ao MPF cobrar realização de concursos
Terceirizados terça-feira, 24 de julho de 2012

Especial para o SOS Concurseiro
Os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram às sedes do Ministério Público Federal (MPF) nos estados nesta terça-feira (24/07) para denunciar a contratação irregular de temporários e cobrar a realização de concursos públicos com urgência.
A greve da categoria afeta 25 estados e o comando nacional se reuniu com representantes do Ministério do Planejamento na noite de terça. O resultado do encontro será levado às assembleias na próxima quinta-feira.
Dados do próprio IBGE mostram que, atualmente, os quadros do instituto contam com quase 4 mil funcionários temporários e 6,6 mil efetivos. Em 1986, antes do início da política de contratação em massa de temporários, o número de efetivos no IBGE chegava a 14 mil.
Já nos cálculos do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (ASSIBGE) são 8,1 mil efetivos e 4,1 mil temporários. “Querem precarizar a instituição. A consequência inevitável será a perda da credibilidade dos nossos índices e pesquisas” argumentou Susana Drumond, diretora do ASSIBGE.
Susana afirma ainda que, nos últimos 25 anos, foram contratados de forma efetiva apenas 600 técnicos e cerca de mil funcionários de nível superior. Questionado pela reportagem sobre esses dados na última segunda-feira (24/07), o IBGE não apresentou qualquer resposta.
Na prática, os temporários desempenham as mesmas atividades que os funcionários efetivos, porém, recebem remuneração cinco vezes menor, nos cálculos dos sindicalistas.
O IBGE informou apenas que a realização de concursos para o órgão depende de acordo com o Ministério do Planejamento o que, por enquanto, ainda não foi feito.
A expectativa é de que a situação se agravará nos próximos anos. O motivo é que está em andamento um projeto para que, a partir de 2013, sejam feitas mudanças na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua.
A nova PNAD será usada para substituir índices como, por exemplo, a Pesquisa Mensal de Emprego e poderá elevar o número de temporários no IBGE para cerca de 10 mil, conforme estimativa do ASSIBGE.

Os sindicalistas alegam que o IBGE usa uma brecha da Lei Nº 8.745/1993 - que estabece regras para atender necessidades temporárias de interesse público para atuação em recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística - para contratar temporários de forma indiscriminada.
A denúncia protocolada no MPF é de que os trabalhadores temporários estão sendo alocados em pesquisas de caráter contínuo. “Assim, não há que se falar em necessidade temporária, requisito essencial para a permissão à Administração para contratar pessoal sob esse regime”, descreve o documento.
A acusação diz também que o IBGE tem feito contratações pelo período de um mês, e os renovado por meio de termo de aditamento a cada 30 dias, por até dois anos.
Entre as pesquisas que usam trabalhadores temporários estão o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e a Pesquisa Anual do Comércio (PAC) entre diversas outras. “Uma situação dessas é resultado da falta de fiscalização e uma afronta à moralidade no serviço público”, sustenta Washinton Barbosa. No entender do especialista, o problema só será resolvido se houver uma atuação efetiva do Ministério Público para a formulação de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), apoiada por ações da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas da União.
De: sosconcurseiro
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