quarta-feira, 27 de abril de 2011

ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA - CRISE COM A DEMISSÃO DE 36 MÚSICOS

Encerrado o prazo para retorno às atividades dos 36 músicos demitidos, a Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (FOSB) declara que não há mais assunto e estão definitivamente demitidos.

O impasse durou mais de dois meses e a proposta apresentada pela FOSB para o tratamento do caso seria a conversão das demissões por justa causa em dois dias de suspensões, além da manutenção nas funções de Diretor Artístico e Regente Titular da OSB, o Maestro o Sr. Roberto Minczuck, o que prontamente não foi aceito pelos músicos demitidos, vez que requeriam justamente o retorno às suas atividades sem quaisquer punições, bem como a saída do aludido maestro.

Os músicos demitidos farão um concerto na Escola Nacional de Música, às 19h do próximo sábado, sendo que está prevista para mesma data o segundo concerto da temporada de 2011, a ser acompanhada pelos músicos da OSB Jovem, todavia, em virtude do cancelamento a título de solidariedade aos músicos demitidos, a pianista Cristina Ortiz e o Maestro Roberto Tibiriçá, declinaram de suas apresentações.

Não para por aí a pressão, pois a pianista Cristina Ortiz participará do concerto dos 36 músicos, na qualidade de pianista e regente de todo o segundo ato. O Maestro será o Sr. Osvaldo Colarusso.

Entenda o caso

O acúmulo de funções por Roberto Minczuk já vinha sendo criticado pelos músicos do teatro. Já na OSB, a crise era bem mais profunda: depois de alguns afastamentos, o clima ficou tão tenso que parte do corpo da orquestra pedia à fundação que administra a orquestra que o maestro fosse afastado. A insatisfação do corpo de músicos da Fundação em relação ao maestro Roberto Minczuk se agravou com a tentativa de se implantar um teste de avaliação aos membros da orquestra.

Trinta e três músicos, descontentes com a medida, foram demitidos. Em carta aberta para divulgar suas contrapropostas, músicos da OSB querem que os 33 demitidos sejam readmitidos, convertendo as justas causas em suspensão de dois dias, e criar um comitê artístico para auxiliar a direção artística de 2011.

O ex-presidente da Comissão dos Músicos da orquestra, Luzer David, também foi ouvido. “Nunca fomos contra a avaliação dos músicos, apenas somos contra a maneira como ela é feita. Em nenhum lugar do mundo – e isso sabemos porque entramos em contato com orquestras do mundo inteiro -, uma avaliação desse porte é feita em uma apresentação individual, por 30 minutos e na frente de uma banca internacional. A avaliação sempre é feita através da observação da integração diária na orquestra, vendo como cada um se dedica”, contou.

OSB Jovem

Representante da Comissão dos Músicos da OSB Jovem, Ayram Nicodemo explicou o motivo da recusa da orquestra em se apresentar no concerto do último dia 9, quando os artistas se levantaram e se retiraram do palco.

“Desde que tomamos ciência do que acontecia com a orquestra profissional, ficamos abalados. A maioria dos demitidos tinha uma ligação grande com muitos de nós, por serem professores e amigos. Após semanas de debates na comissão, decidimos, no dia anterior ao concerto, que não iríamos nos apresentar. Tentei me explicar para o público, mas o microfone foi cortado. Mesmo assim, conseguimos divulgar nossa carta de desculpas”, explicou Ayran, que garantiu não ter sido coagido por nenhum dos músicos demitidos.

A violista Débora Cheyne, que representou o Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro, espera que haja conciliação entre a direção da OSB e os músicos da entidade, mas ressalta que as demissões interromperam o processo de criação e de maturação das peças que seriam apresentadas na temporada.
 Pouco antes de um concerto em homenagem ao pintor Candido Portinari, os músicos da OSB Jovem abandonaram o palco em protesto ao maestro Roberto Minczuk e às demissões dos integrantes da orquestra principal. O programa iria inaugurar a temporada deste ano.   Todo o corpo da OSB Jovem já estava no palco posicionado perante o público quando Minczuk entrou em cena e foi recebido por vaias. Um representante do grupo leu um manifesto afirmando que a OSB Jovem se recusava a substituir a orquestra principal. “Para haver música, deve haver músicos. Para haver músicos, deve haver respeito”, dizia um trecho. Do lado de fora, músicos demitidos da OSB e simpatizantes faziam um protesto nas escadarias. O público deixou a sala e o concerto previsto para o domingo seguinte foi cancelado. O episódio ocorreu no último dia 9/abril (sábado).

A matéria acima já é tema de investigação no Congresso Nacional, devido as denúncias dos músicos contra a Orquestra Sinfônica Brasileira.

De: Carlos Passinha - BASTA ! 

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