ANO 2006
Companheiros(as), estamos agora experimentando o dessabor de mais uma grande desilusão. Mas não pensem que tudo começou há poucos dias, pois tudo isto veio sendo preparado como um grande bolo que em etapas e etapas, foi sendo construído com auxílio de seus necessários e importantes materiais e daí, por intermédio de uma perfeita receita, o bolo se fez. E da mesma maneira, fomos sendo preparados para o grande momento, ou seja, o abate. Parece cruel ou até mesmo ficção, contudo, se lançarmos os olhos para trás, veremos o quanto realmente fomos utilizados pelo sistema que sempre imperou neste país e, perceberemos como foi fácil nos atacar gratuitamente nos nossos lares; nos nossos trabalhos; na mídia, frente a opinião pública direta e corpo a corpo, pois quem nunca foi chamado de Marajá. E hoje, ainda o é ...?
Quem não se lembra na década de 80 do quanto foi esperada a promulgação da CARTA MAGNA, pois com ela adviria a correção de diversas injustiças no setor público. Muitos esperaram o seu nascimento para só então ingressarem com seus pedidos de aposentadoria, enquanto outros ainda, a contar tempo tomaram conhecimento da criação da Lei 8112/90 – RJU, para somente então em sua vigência, se desligarem do serviço público levando consigo os benefícios proporcionados por aquele diploma.
O importante amigos agora é avaliar a grande cilada em que caímos, pois naquela época quando da promulgação da Constituição, todos os quadros deste IBGE foi tomado por uma consciência única respeitante ao fato de termos sido referenciado em seu corpo como algo de enorme importância, seja no que concerne a Geografia, Estatística e outros aspectos que somente este Instituto realizava, resultando disto, uma enorme alta estima por parte do corpo técnico e, na esteira dos fatos, do surgimento do Regime Jurídico Único – RJU, todo este corpo técnico viu-se próximo às correções almejadas, haja vista a esperança da concretização da isonomia e equiparação no serviço público, naquela ocasião tão badalado.
Um grave erro, pois foi com esse engodo que fomos lançados a um precipício sem fim. Nunca obtivemos a almejada isonomia e equiparação entre os poderes, fomos paulatinamente perdendo quase todos os direitos e benefícios garantidos pela Constituição Federal e RJU. Já no nascimento da malfadada Lei RJU, fomos testemunhas de uma expulsão dos quadros técnicos de alguns colegas conhecidos como CENSITÁRIOS, sem o respeitável e importantíssimo motivo para tal. Enquanto um país procurava se reerguer de uma política nociva, criminosa e antidemocrática vista somente no início do governo collor, quando dele partiu a determinação de esvaziamento dos bancos aos seus cuidados, aproveitou nesse momento para um outro golpe no serviço púbico federal, pois com a ofensiva de colocar na RUA os VAGABUNDOS, trouxe à baila o instituto da DISPONIBILIDADE, trazendo em seu bojo diversos suicídios, loucuras, traumas nunca mais superados, além da estigma que sobrevive até hoje com aqueles injustiçados que pagaram uma conta que nunca foi fielmente cobrada aos verdadeiros donos, FERNANDO COLLOR DE MELLO e seus ALGOZES.
A partir desse momento onde o descaso, a descrença, o desrespeito, a alegria do povo ao tomar conhecimento da perseguição daqueles idiotas contra nós sofrida, o estado de órfãos em que ficamos e estamos até hoje, pois não temos ninguém para nos orientar, nos conduzir ...., ficamos e estamos sós.
Hoje não contamos mais com os benefícios dos artigos – RJU, 142, 143; não contamos mais com o abono pecuniários ( venda dos 10 dias em férias ); perdeu-se a eficácia do reajuste no benefício alimentar; hoje o DAS é astronomicamente superior a famigerada FG e, para aqueles que ainda a têm; o que falar dos auxílios creche, salário família; o que dizer sobre a tão esperada aposentadoria ... aos 60 ? aos 70 ? aos 100 ?
Aos governantes devem recair a responsabilidade de seus atos, pois ao admitirem um erro como no caso dos 28,06% e 3,17%, nenhum deles tomou conhecimento da gravidade em que passam os servidores públicos. O anterior de forma própria à sua cara de pau conseguiu empurrar goela abaixo dívidas parceladas em sete anos ao servidores. E de forma pior ainda, não explica como seus cálculos foram gerados. A prova de que estamos órfãos é a aquela em que a própria justiça quando procurada, não avalia as razões explicitadas, bem como, seus cálculos produzidos para efeito de prova e, também não cobra do governo seus cálculos, baseando somente para efeitos de sentença de apenas um simples e breve relatório de dívida. Outra importante observação estabelece-se na correlação imperfeita entre técnicos e administrativos, pois aqueles em valores oferecidos para quitação de dívidas são sempre superiores a estes. Como explicar tal distorção? Com a palavra o IBGE...
No que concerne ao nosso movimento sindical, promoveremos diversos debates com vistas à purificação das idéias mais prementes, tornaremos o setor jurídico mais ágil no tocante as ações a serem impetradas, e sobretudo, aquelas já intentadas, buscaremos identificar o aspecto que dificulta suas respectivas soluções. Iremos colocar em prática o devido respeito ao servidor da Casa e cobrar que a mesma atitude seja particularidade e prioridade da Administração do IBGE para com seu patrimônio maior, o SERVIDOR. Dessa forma, atuaremos observando e agindo de maneira enérgica quando não respeitadas as normas técnicas e de segurança do trabalho, procedendo inclusive denúncia ao Min. Do Trabalho, objetivando a perfeita interdição do local ou do trabalho a ser produzido.
Ano: 2006
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